O desenvolvimento da resistência a um determinado pesticida é reconhecido como uma diminuição ou falha na eficácia do controle de uma praga após sua exposição, desde que usado de acordo com as recomendações de bula. Alterações na suscetibilidade de insetos e ácaros a pesticidas são resultantes de alterações genéticas que por sua vez, conferem alterações metabólicas que podem assumir várias formas e influenciam a sensibilidade de determinadas metodologias de bioensaio na detecção das alterações na população-alvo. Esses bioensaios avaliam a mortalidade de uma amostra de determinada população a ser testada com a aplicação de um gradiente de concentrações ou doses de determinado pesticida, no intuito de estabelecer uma comparação com a população-padrão de suscetibilidade. É necessário que sejam padronizados e aplicados da mesma maneira para se obter um resultado preciso, correto e real, de modo a ter parâmetros de comparações diretas dos dados gerados por pesquisadores independentes.
Os resultados nem sempre estão diretamente relacionados ao desempenho em campo, pois esse desempenho ocorre em decorrência de interações complexas, incluindo condições ambientais, equipamentos de aplicação, pressão de seleção de pragas, entre outros fatores. No entanto, podem indicar o potencial de falha no controle em campo (devido tanto a alteração na suscetibilidade da praga a inseticidas/acaricidas como outras causas) e avaliar a eficácia das estratégias de gerenciamento e manejo integrado de pragas adotadas.
Como esses testes são realizados para determinado estágio de vida da praga, detectam alterações na suscetibilidade especificamente desses estágios, não podendo ser utilizados para prever a evolução da resistência e nem como ferramenta para decisão imediata de pulverização, pois podem variar de acordo com as condições em que são submetidos. Devem ser levados em consideração a planta hospedeira, o tamanho e localização das áreas amostradas, histórico de tratamento das culturas, o número, idade, sexo e estágio de vida dos organismos coletados.
As metodologias aprovadas pelo IRAC são revisadas e avaliadas pela sua equipe técnica após serem testadas de maneira independente por representantes de empresas que são membros do comitê.
Os objetivos dessas metodologias são:
- Revisar as técnicas empregadas no monitoramento atualmente disponíveis;
- Selecionar aquelas técnicas que são mais apropriadas para realização de estudos;
- Elevar os padrões de monitoramento de suscetibilidade; e
- Agilizar e facilitar a comparação entre os estudos.
A partir de agora, o IRAC-BR começa a disponibilizar em seu site uma variedade de metodologias que podem ser consultadas por empresas e pesquisadores interessados em monitorar a suscetibilidade de insetos e ácaros a pesticidas. Inicialmente estão disponíveis métodos aplicáveis ao percevejo-marrom (Euschistus heros), com perspectiva de ampliação dos números de métodos para outras espécies dentro em breve.
O material já está disponível nas páginas dos projetos de pesquisa no site e também compilado na página ‘Metodologias’.
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